quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Da maternidade e do trabalho

Lendo este post, lembrei-me do que me aconteceu há uns anos, numa entrevista de trabalho para um grupo aparentemente sólido, dos maiores da R.A.M, que ironicamente hoje em dia está reduzido a meia dúzia de lojas e um processo de insolvência.
A entrevista era para uma excelente posição no grupo, eu concorri embora tivesse emprego - mas na altura queria mudar de vida e achei que era uma boa oportunidade.
Depois de várias entrevistas, ficamos 4: eu e mais 3 moços. Entrevista final com a futura chefe - ainda por cima uma senhora. Tudo a correr bem: por uma coincidência espantosa eu tinha trabalhado em Braga com um dos principais parceiros profissionais dela e por isso ela tinha as melhores referências minhas. Ela estava visivelmente entusiasmada com a ideia de me ter ao serviço dela.
E depois veio a pergunta: pretende ter filhos? "Sim!" - respondi eu impulsiva e, confesso, inocente.
Todo o ambiente se transformou, a expressão mudou, o tom de voz foi outro e a entrevista praticamente acabou ali. Fiquei perplexa com aquilo.

Na altura tinha 33 anos, julgo. Vejo agora que ela talvez julgou que com 33 anos casada e sem filhos seria porque não os queria ter de todo. Não sei!

Não sei se ficava com o lugar, porque os meus colegas de entrevista eram umas "feras" da profissão e penso que aquilo ia ser renhido para escolher. Mas de uma coisa tenho a certeza: a minha pretensão de ser mãe lixou-me as hipóteses à partida.

Mas há males que vêm por bem. Se lá tivesse ficado não tinha acompanhado tanto a primeira infância do meu filho mais velho e agora estava provavelmente desempregada...

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